Itambé: Da Freguesia à Cidade – Uma Jornada Histórica
A história de Itambé é marcada por um processo de transformações políticas e territoriais que a conduziram de freguesia subordinada a Goiana à sua consolidação como município autônomo. Essa jornada reflete não apenas as mudanças administrativas do Brasil colonial e imperial, mas também o fortalecimento de uma identidade local rica em cultura e tradição.
O primeiro passo significativo para o surgimento de Itambé foi a elevação da capela de Nossa Senhora do Desterro à categoria de igreja paroquial curada, em 1789. Esse ato, aprovado pela Carta Régia, desmembrou a região da freguesia de Goiana e marcou a criação do distrito com o nome de Itambé, um topônimo de origem indígena que significa “pedra afiada” ou “pedra de fogo”. Essa nova designação, além de refletir a geografia local, simbolizava a força e a resiliência da comunidade que começava a se formar.
A emancipação de Itambé em relação a Goiana deu mais um passo em 1867, quando a Lei Provincial nº 720 elevou a povoação de Pedras de Fogo à categoria de vila, renomeando-a como Itambé. Essa mesma lei criou o termo e a comarca de Itambé, desvinculando-a administrativamente de Goiana. A instalação oficial ocorreu em fevereiro de 1868, marcando o início de uma nova era de autonomia para a vila.
O status de cidade foi concedido em 1879 pela Lei Provincial nº 1.318. Essa elevação representou um reconhecimento do crescimento populacional e econômico da região, que já contava com uma estrutura política e administrativa capaz de atender às demandas de seus habitantes. A nova cidade, com seu território desmembrado e organizado, tornou-se um ponto de referência no desenvolvimento regional.
Com a proclamação da República em 1889, novas mudanças consolidaram a autonomia de Itambé. Em 1893, o município foi oficialmente constituído, com autonomia legislativa assegurada pela Constituição Estadual e pela Lei Orgânica dos Municípios. O padre Manuel Gonçalves Soares d’Amorim foi nomeado o primeiro prefeito, e o município foi dividido em dois distritos: a cidade de Itambé e a povoação de Camutanga, que mais tarde se tornaria um município independente.
Ao longo do século XX, Itambé continuou a evoluir. Foram criados novos distritos, como Caricé e Ibiranga, que enriqueceram ainda mais a diversidade e o dinamismo da região. Mesmo com a separação de territórios que deram origem aos municípios de Camutanga e Ferreiros, Itambé manteve sua relevância como um centro histórico e cultural no estado de Pernambuco.
Hoje, a história de Itambé serve como testemunho do espírito de adaptação e progresso de seus habitantes. Cada fase de sua evolução, desde freguesia até a cidade que conhecemos, é um lembrete do papel fundamental que a identidade e a união de um povo desempenham na construção de uma comunidade próspera e resiliente.
Itambé: O que me contaram sobre. Neto Dantas
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